Foi finalmente apresentado o orçamento de Estado para 2011. Com muitos atrasos que demonstram bem a incompetência dos nossos governantes actuais.
Tenho estado a ler e a analisar todo o documento, e ao longo dos próximos dias comentarei vários pontos que para mim parecem relevantes. Muito ouvimos dizer e irei tentar não repetir o que toda a gente sabe e ouve, mas sim aquilo que ninguém vê mas que é muito importante. Mas ficará para os próximos comentários.
Hoje o comentário será geral e simples mas começando pelo fim - o seu resultado final:
A execução deste orçamento não é real e não vai acontecer como previsto.
1) Contamos com um crescimento das exportações acima de 7,2% para o PIB crescer, o que num cenário de “guerra cambial” onde a nossa moeda é a única que não “luta” para a sua desvalorização parece-me muito complicado. Sem falar na perda de competitividade que este orçamento vai provocar nas nossas empresas exportadoras.
2) As expectativas de aumento da receita não vão acontecer, por dois motivos principais:
a. Como disse, o valor de referência para o PIB 2011 não se vai realizar.
b. No comentário de dia 29 de Setembro disse que chegámos a um ponto de indiferença nos impostos. O aumento de imposto não vai reflectir um aumento de receita. Esse aumento vai ser perdido na queda no consumo, na perda de competitividade, nas falências empresariais e pessoais e na economia paralela.
3) Mais uma vez o corte nas despesas é muito reduzido, e em grande parte muito abstracto. O que vai representar no final do dia pouca ou nenhuma poupança (como no PEC II).
Concluindo, como aconteceu no passado o “papel” até é bonito, cheio de ideias muito giras. Mas no final do dia, a sua execução será irreal e mal feita, e por isso só temos que ter paciência e esperar até ao dia que o FMI entre cá…
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