Nasci no dia 12 de Dezembro de 1977. Não me lembro de nada desse período, apenas me lembro da minha mãe dizer que eram tempos difíceis.
Lembro-me que jogava muito à bola no bairro, com os meus amigos Zé Manuel e Chiquinho. Sonhava um dia ser jogador da bola como o Chalana. Diziam que eu era um grande ponta-de-lança! Ainda fui fazer testes ao Benfica, mas infelizmente não fiquei…
Na escola era um verdadeiro “baldas”. Bem me lembro da minha professora Emília do 4º Ano dizer “Menino António, se continuas assim não vais longe na vida, nem o 12º Ano acabas!”. Pois bem, o meu percurso escolar realmente nunca foi muito famoso.
Chumbei no 6º Ano mas a culpa foi toda da Joana. Realmente bons tempos, chegávamos à escola e íamos logo namorar na barra. Eu bem lhe dizia que aquilo ia dar mau resultado. Chumbei por faltas, mas também se fosse fazer os testes, nem uma resposta sabia.
Nesse Verão, de castigo, a minha mãe mandou-me ir trabalhar para pagar a escola, como ela dizia. A Joana foi para um campo de férias e quando voltou mandou-me “dar uma volta”. É a vida…
Os anos seguintes foram o descalabro: muitas festas, muitas namoradas, muitos copos e charros. Mas lá ia-me safando, com uns chumbos pelo caminho mas nada como umas boas cábulas para me safar!
Finalmente cheguei ao 9º Ano já com 20 anos. Era o gajo mais velho da turma mas também o mais cool. Com muito esforço, lá acabei o ano. Bem, esforço não foi, uma vez que nesse ano foi só “copianço”!
No ano seguinte inscrevi-me num curso técnico-profissional para fazer o 12º Ano, queria ser electricista. Mas pouco tempo depois vi que a escola não era para mim, e já que não era obrigatório, fui mas é à minha vida.
Fui trabalhar para as obras, vida dura no princípio mas rapidamente me habituei. Ganhava-se pouco mas chegava para os copos. Das obras passei para uma loja de materiais de construção. Muitos trabalhos eu tive até que comecei a ver que trabalhar também não era para mim. Comecei a fazer as contas e se fosse para o desemprego era bem bom. Negociei com o meu patrão na altura, o grande Toni dos automóveis. Ele despedia-me e eu ia mas era para casa ver filmes e o Estado que me pagasse. Assim foi. Já agora um grande abraço Toni, sem ti nada disto seria possível!
Muitos filmes eu “papei”, grandes noites tive eu no café da Manuela. Que grande vida! Lá para o dia 14/15 lá tinha eu o cacau na conta, sem fazer nada!
Chamaram-me agora para fazer o 12º Ano. Disse logo que não ia! Mais três anos a estudar, não! Depois explicaram-me que não era bem assim, e que se não aceitasse perdia a “mama” do Estado.
Contrariado, lá fui eu.
Mas cá estou eu a contar a minha história de vida, espero que gostem.
O meu futuro espero que não seja muito diferente dos últimos tempos, há aí muitos filmes que ainda quero ver. Mas a malta diz que estamos em crise… Por mim podemos ter toda a crise que quiserem desde que não me tirem o meu subsídio! Ai Sócrates se mo tiras, não voto mais em ti!
Agora que por fim acabei a minha história de vida feita em 15 minutos pela minha irmã de 14 anos (eu ditei e ela escreveu! Era só para não ter erros dado que não sei escrever) já tenho o 12º Ano!
Toma Professora Emília, dizias que eu não ia ter o 12º Ano e agora já o tenho!
Um RVCC a maneira ;) pena que não tenha feito nenhum ainda...
ResponderEliminarHá e 15 minutos é muito pouco lol
No mínimo 1 ano e meio para fazer o Processo de RVCC...