Todos os dias entra pela nossa casa a dentro a palavra défice. Através da televisão, nos cafés e até nós próprios falamos sobre isso. Mas será que realmente sabemos o que isso é? E o que isso acarecta?
Pois bem, eu penso que deve haver muito boa gente que não sabe realmente do que se trata. Mas cá estou para explicar.
O défice é o saldo anual negativo, entre as receitas e as despesas, em percentagem do PIB.
A primeira conclusão que tiramos é que se temos défice significa que nos vamos ter que endividar mais para pagar esse diferencial. Significa então, vamos ter mais dívida.
Mas atenção, não há mal em ter défice. Aliás sempre tivemos, nós e os outros. O problema reside quando o défice é maior que o crescimento do PIB. Aí o nosso endividamento sobe em relação à nossa produtividade, e neste caso estamos a nos endividar sem obter resultados práticos.
Isto justifica a famosa regra dos limites de 3% de défice. A União Europeia baseou-se no crescimento médio do PIB expectável para aplicar essa regra. Desta forma, limita o endividamento sobre o PIB. Sei também que muitos contestam esta medida dizendo que não permite estimular a economia. Pois bem, basta olhar para o nosso caso para ver que não é bem assim. Nós andamos a estimular a economia com défice de 9,3% para termos um crescimento no ano seguinte de 1,1% (expectável) do PIB?! Isso só aumentou o nosso endividamento sobre a riqueza que produzimos!
O grande problema de Portugal foi ter défices, ao longo destes 15 anos, sempre superiores ao crescimento do PIB, e onde não soubemos aproveitar o leverage. E agora temos que pagar a factura...
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