sexta-feira, 15 de abril de 2011

Globalização

Quem pensa que a solução do nosso problema está simplesmente na compra de produtos nacionais, não percebeu a dinâmica do mundo de hoje. Está fechado em casa e ainda não abriu a porta.
Queiramos ou não, vivemos numa economia global e para vender temos que ser competitivos. Não podemos querer vender por “decreto” ou por “obrigatoridade”, esse é o caminho mais simples mas que não nos vai levar a lado nenhum.
Querer abandonar o circuito da globalização, ou impor normas restritivas aos produtos vindos do exterior, tornará Portugal uma espécie de Cuba europeia, uma Venezuela sem petróleo. Acreditem, ficaríamos muito pior. O processo da globalização não parou, apesar da crise mundial, e não parará. Até a “socialista” China já embarcou nesta viagem.
Soares dos Santos, Presidente da Jerónimo Martins (Pingo Doce) disse que as pessoas não compram os produtos só por serem nacionais, mas que procuram sempre a melhor relação qualidade-preço e é isso que vende.
Temos, então, que ver o nosso problema de outra perspectiva. O consumidor terá sempre o direito e a decisão de escolher. Escolherá sempre o melhor para ele, não apenas na qualidade mas também pelo preço.
Qual é o sentido de eu comprar umas batatas nacionais que têm uma boa qualidade mas que são bem mais caras que outras batatas internacionais com a mesma qualidade? Provavelmente, seguindo este raciocínio, a meio do mês já não terei dinheiro nem para produtos nacionais ou internacionais. O mesmo se passará com a qualidade porque se tem má qualidade, não nos vamos alimentar correctamente e provavelmente irá quase tudo para o lixo.
Pois bem, talvez a solução não passe pela alteração dos hábitos dos consumidores, talvez a solução esteja mesmo na competitividade dos nossos produtos. Se os nossos produtos tivessem melhor qualidade e menor custo, tenho a certeza que não estávamos aqui a discutir este tema. E há casos em que as coisas se passam assim, e esses são os casos de sucesso. Infelizmente, são muito poucos para a dimensão da nossa economia.
O problema que temos é a competitividade dos nossos produtos, e a sua resolução não passa pelo consumidor mas sim pelo produtor. Não por culpa própria, ganância ou incompetência, mas porque há um ambiente de negócio desfavorável em Portugal. Num contexto onde faltam uma livre concorrência e uma justiça rápida e eficaz, onde sobram taxas, impostos e burocracia, o que existe, de facto, é uma verdadeira “perseguição” à iniciativa, à inovação e ao empreendorismo...

2 comentários:

  1. É isso mesmo que o Soares dos Santos disse.
    Dando condições às empresas elas virão, sem as chamarem. Elas também são como os consumidores de supermercado, compram onde mais lhes convém.

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  2. The International Monetary Fund's Influence on Trade Policies of Low-income Countries: A Valid Undertaking?
    http://www.csend.org/publications/development-a-int-rel/135-the-international-monetary-funds-influence-on-trade-policies-of-low-income-countries-a-valid-undertaking

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