Já falámos ontem da corrupção em pequena escala que destrói os valores da nossa sociedade. Falemos agora da grande corrupção em Portugal. O “polvo”, como alguém lhe chamou um dia.
Esta é corrupção que domina os bastidores da política e da economia através do tráfico de influências, trocas de favores, favorecimento e clientelismo, subornos, fraudes, falsificações, etc.
Cresceu apoiada num modelo político, económico e social, complexo e vulnerável, onde as mesmas pessoas, e os interesses que elas representam, se misturam nos partidos políticos, maçonarias, grupos económicos e financeiros, grandes empresas, clubes de futebol e fundações.
Na administração central, autarquias, partidos políticos, bancos, grupos ecónomicos, escritórios de advogados, movimentam-se milhares de milhões de euros que escapam ao escrutínio democrático, à máquina fiscal e às sanções da justiça.
O dinheiro não tem côr e fala sempre mais alto. Este jogo perverso, reservado a alguns privilegiados que roubam, alimenta-se de off-shores, pagamentos de luvas, emissão de garantias falsas, avaliações fraudulentas, falsificação de documentos, etc. O rol de crimes é infindável. E o crime compensa. É uma teia gigante que controla tudo e todos, com um poder que muitos nem imaginam.
Os criminosos passeiam-se na nossa sociedade com cinismo e impunidade, porque sabem que a justiça não os agarra. O pior é que todos sabemos quem eles são. Quem trabalha para eles sabe bem os podres que eles carregam, mas ninguém diz nada porque ninguém confia na nossa justiça.
O mau funcionamento dos tribunais afasta os cidadãos e impede a justiça de ser feita, com custos incalculáveis para o nosso futuro.
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