sexta-feira, 1 de abril de 2011

Cavaco Silva

A sugestão neste blogue de uma carreira de relações públicas para o Presidente da República causou algum espanto entre os seguidores mais fiéis, confusos com a aparente contradição com o que tinha aqui escrito sobre o discurso da tomada de posse de Cavaco Silva.
Talvez não me tenha explicado bem. No texto “O Discurso do Presidente” o meu objectivo foi enaltecer o discurso porque, em minha opinião, reflectia a realidade do país e a gravidade do momento que estamos a viver.
Finalmente, a figura do topo da hierarquia do Estado, na própria sede do poder político democrático representativo, dizia aquilo que todos sabemos que se está a passar em Portugal.
Neste blogue, desde o primeiro dia, sou e serei sempre a favor da verdade, diga quem a disser.
O problema com Cavaco Silva, antes e depois do Discurso do Presidente, é que ele tem dificuldade em passar das palavras aos actos. Os seus inimigos de estimação, e ele tem muitos, dizem que é frio, calculista e pouco corajoso. Os mais amáveis e compreensivos, dizem que não. Para eles, é apenas rígido, formal, institucionalista.
Entre uns e outros, os amigos e os inimigos, eu vejo que o resultado é o mesmo e foi isso que eu disse no meu segundo texto. Cavaco é apenas um relações públicas, experiente no acompanhamento de visitantes VIP e no protagonismo de grandes eventos, em Portugal e no estrangeiro.
No momento da verdade, em que se exerce o poder do cargo para que se foi eleito, o seu discurso de aceitação da demissão do governo, para a dissolução da AR e novas eleições, é mais um exemplo das suas hesitações e formalismos.
O PR sabe que já deviamos ter pedido a ajuda externa em Novembro de 2010, ou mesmo antes, e sabe também que agora, neste estado de calamidade financeira, cada dia que deixamos fugir é menos um dia para evitar mais desgraças. E mesmo assim, ele “chuta” para o governo a obrigação de pedir ajuda, não sendo capaz de tomar a iniciativa ou impor a sua vontade em nome do interesse nacional.
Neste momento não precisamos de palavras, precisamos de actos do PR e foi isso que eu defendi nos meus dois comentários. Peço desculpa por não ter sido claro.

2 comentários:

  1. Não entendo bem porque há tanto "receio" quando se fala do PR. Não foi ele que aprovou todos os decretos do Governo demissionário? Não foi ele que esteve calado enquanto o país caminhava para a bancarrota? Não foi ele que teve negócios chorudos no BPN e foi grande amigo do outro que está agora a "bronzear" em Cabo Verde. Os "papões" do Estado Novo acabaram em 74, temos por direito Constitucional a liberdade de expressão. Porque continuam os Portugueses a obterem informação fidedigna nos media estrangeiros? Todos conhecemos as respostas, mas no momento do voto lá vem outra vez o medo do "papão" e fica tudo na mesma....

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  2. Falar é fácil, especialmente quando se fala de personalidades, de deitar culpas e apontar dedos.
    Fazer dá muito mais trabalho.
    Especialmente falta contribuir para começar a reduzir os 3 défices:
    - défice orçamental
    - défice externo
    - défice de liderança
    Para já, parece que os 3 défices estão todos ainda a piorar, o que se reflecte nos ratings.

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