A sugestão neste blogue de uma carreira de relações públicas para o Presidente da República causou algum espanto entre os seguidores mais fiéis, confusos com a aparente contradição com o que tinha aqui escrito sobre o discurso da tomada de posse de Cavaco Silva.
Talvez não me tenha explicado bem. No texto “O Discurso do Presidente” o meu objectivo foi enaltecer o discurso porque, em minha opinião, reflectia a realidade do país e a gravidade do momento que estamos a viver.
Finalmente, a figura do topo da hierarquia do Estado, na própria sede do poder político democrático representativo, dizia aquilo que todos sabemos que se está a passar em Portugal.
Neste blogue, desde o primeiro dia, sou e serei sempre a favor da verdade, diga quem a disser.
O problema com Cavaco Silva, antes e depois do Discurso do Presidente, é que ele tem dificuldade em passar das palavras aos actos. Os seus inimigos de estimação, e ele tem muitos, dizem que é frio, calculista e pouco corajoso. Os mais amáveis e compreensivos, dizem que não. Para eles, é apenas rígido, formal, institucionalista.
Entre uns e outros, os amigos e os inimigos, eu vejo que o resultado é o mesmo e foi isso que eu disse no meu segundo texto. Cavaco é apenas um relações públicas, experiente no acompanhamento de visitantes VIP e no protagonismo de grandes eventos, em Portugal e no estrangeiro.
No momento da verdade, em que se exerce o poder do cargo para que se foi eleito, o seu discurso de aceitação da demissão do governo, para a dissolução da AR e novas eleições, é mais um exemplo das suas hesitações e formalismos.
O PR sabe que já deviamos ter pedido a ajuda externa em Novembro de 2010, ou mesmo antes, e sabe também que agora, neste estado de calamidade financeira, cada dia que deixamos fugir é menos um dia para evitar mais desgraças. E mesmo assim, ele “chuta” para o governo a obrigação de pedir ajuda, não sendo capaz de tomar a iniciativa ou impor a sua vontade em nome do interesse nacional.
Neste momento não precisamos de palavras, precisamos de actos do PR e foi isso que eu defendi nos meus dois comentários. Peço desculpa por não ter sido claro.
Não entendo bem porque há tanto "receio" quando se fala do PR. Não foi ele que aprovou todos os decretos do Governo demissionário? Não foi ele que esteve calado enquanto o país caminhava para a bancarrota? Não foi ele que teve negócios chorudos no BPN e foi grande amigo do outro que está agora a "bronzear" em Cabo Verde. Os "papões" do Estado Novo acabaram em 74, temos por direito Constitucional a liberdade de expressão. Porque continuam os Portugueses a obterem informação fidedigna nos media estrangeiros? Todos conhecemos as respostas, mas no momento do voto lá vem outra vez o medo do "papão" e fica tudo na mesma....
ResponderEliminarFalar é fácil, especialmente quando se fala de personalidades, de deitar culpas e apontar dedos.
ResponderEliminarFazer dá muito mais trabalho.
Especialmente falta contribuir para começar a reduzir os 3 défices:
- défice orçamental
- défice externo
- défice de liderança
Para já, parece que os 3 défices estão todos ainda a piorar, o que se reflecte nos ratings.