Hoje saiu um comunicado do IGCP sobre o programa de financiamento do Estado Português para 2011:
Pois bem, logo no ponto 1 eles mentem. Dizem que a nossa necessidade de financiamento de médio e longo prazo e o financiamento líquido de curto prazo para 2011 situa-se nos 20 mil milhões de euros.
Então vejamos, no ponto 3 dizem que vão emitir Obrigações do Tesouro (dívida de médio longo prazo) entre 18 a 20 mil milhões de euros. Chegando ao ponto 4 - Bilhetes do Tesouro (dívida de curto prazo), constatamos que só aqui, no primeiro trimestre estão a pensar emitir entre 4,250 mil milhões de euros a 7,250 mil milhões de euros. Repito só no primeiro trimestre. Se fizermos uma conta simples de quatro trimestres, vamos emitir entre 17 mil milhões de euros a 29 mil milhões de euros, só em divida curto prazo!
Realisticamente, nós temos uma necessidade de financiamento em 2011 de mais de 40 mil milhões de euros, mais o nosso défice, mais o custo (cada vez maior) dos juros da nossa dívida.
Bem, lendo o ponto 2 a estratégia de gestão é mesmo na perspectiva de minimizar o custo da dívida, financiando grande parte no curto prazo a taxas mais atractivas. Mas que pode levar a consequência catastróficas a médio prazo – Uma verdadeira bola de neve de dívida no curto prazo que teremos que refinanciar constantemente (se conseguirmos).
Mas o mais grave disto tudo é que o IGCP mente! E com mentiras não se conquistam investidores!
É, de facto, vergonhoso, que ainda continuem a mentir à cara podre. Mas vamos esperar para ver. Mas sinceramente acho que já deviam ter tido a coragem para pedir ajuda ao FMI e ao Fundo Europeu de Estabilização Financeira, pois vão acabar por ter de vir 'cá' e, assim sendo, quanto antes, melhor.
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