quarta-feira, 15 de dezembro de 2010

Compromissos

Referimos recentemente neste blog o road show que o primeiro-ministro e o ministro das Finanças promoveram nos principais centros financeiros para cativar os investidores internacionais.
Inesperadamente, esta segunda-feira fomos surpreendidos com a notícia do cancelamento, feito em cima da hora, da presença de José Sócrates num pequeno-almoço de trabalho em Nova Iorque organizado pelo Financial Times e o Diário Económico.
O objectivo seria discutir, na maior praça financeira do mundo, o que Portugal está a fazer para corrigir os seus desequilíbrios. O encontro contaria ainda com a presença de vários banqueiros e empresários portugueses e, do lado americano, com altos quadros dos principais bancos de investimento, fundos e agências de rating.
Depois do gabinete do primeiro-ministro ter escolhido a data e confirmado a presença de Sócrates, o cancelamento surpreendeu ainda mais a organização. Segundo o Financial Times, nunca sucedera um primeiro-ministro cancelar uma participação a este nível em cima da sua realização.
A justificação dada foi a realização do Conselho Europeu desta quinta-feira e a necessidade de serem tomadas decisões até lá que exigiam a presença de José Sócrates em Lisboa.
O cancelamento foi feito dois dias antes do encontro, quando a agenda europeia estava definida há vários meses, bem como a necessidade de tomar decisões, neste caso, há anos!
Este episódio lamentável demonstra o descrédito completo deste governo com um comportamento na cena internacional que vai descredibilizando ainda mais o nosso país.
Imaginemos um alto executivo de um banco ou de um fundo de investimento que foi convidado e aceitou participar neste encontro porque queria avaliar as nossas soluções directamente com o primeiro-ministro de Portugal que é o principal responsável pelas medidas que estão a ser tomadas.
Com tudo assente e confirmado, Sócrates não apareceu e a conferência foi cancelada. A conclusão dele é simples. Se os portugueses não conseguem cumprir compromissos de agenda, quanto mais pagar a dívida. Investimento zero!

1 comentário:

  1. Um impedimento pode acontecer, nesse caso envia-se um substituto. Mas no nosso Governo, assim como na maioria das n/ empresas, não se pratica o "empowerment". Tudo passa por uma única cabeça, a cabeça do 1º Ministro. Chamam-lhe cultura Lusa ou atraso. Se estamos "globalizados" temos de obedecer às mesmas práticas ou seremos derrotados.

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