Em Portugal existe uma aversão muito grande ao risco de investimentos financeiros, talvez devido à falta de cultura financeira da população. Todos procuram ganhar muito, mas com pouco risco e o resultado final acaba por ser sempre o mesmo: pouca, ou mesmo nenhuma, rentabilidade.
Da experiência que eu tenho em estruturar produtos de investimento para o retalho, as palavras de ordem são “Capital Garantido”. Palavras essas que prometem muito, mas que depois pouco dão.
Existem várias formas de garantir o capital na maturidade num investimento financeiro. Hoje vamos focar-nos na primeira:
1 – Capital Garantido à moda do Banco Privado Português
Como vimos no caso do BPP, os clientes investiam em produtos de “Retorno Absoluto” onde lhes era dito que o capital era garantido… Era, mas pelo banco. Acontece que quando o banco faliu, já não havia capital garantido para ninguém. Esses investimentos chamados “Retorno Absoluto” não eram mais que produtos estruturados de crédito de alto risco e rentabilidade elevada, que rebentaram todos com a crise do crédito em 2007. Dessa forma o banco que investia em produtos de alto risco dava taxas elevadas aos clientes. Quando os produtos começaram a desvalorizar-se, o banco não teve capacidade para sustentar as perdas em balanço e faliu.
Este é dos casos mais típicos no nosso sistema financeiro, mas também o mais enganador. Felizmente, com a crise financeira há um maior controlo e clarificação dos produtos “Capital Garantido” pelas instituições financeiras.
Lição Nº1: Produto “Capital Garantido” pelos bancos, não é mesmo garantido. É risco Banco!
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