Portugal vive, neste momento, um dos episódios mais tristes da democracia. Este primeiro-ministro e este governo perderam, há muito, o norte e a vergonha. Os seus interesses pessoais e partidários estão, numa lógica de puro cálculo político, a ser postos à frente do interesse nacional e do futuro dos portugueses.
Apesar de afirmarem o contrário, estão agarrados ao poder e são capazes de tudo para se conservarem nos cargos que ocupam, contra tudo e contra todos, sem ética e sem moral.
Campos e Cunha tem razão, no artigo que escreveu no Diário Económico, ao dizer que tudo o que estamos a assistir na gestação desta crise política foi organizado e preparado pelo governo.
Socrates sabe que vamos ter que pedir ajuda externa brevemente, nem que seja ao fundo europeu de estabilização. Para não ficar com esse ónus, planeia uma jogada final em que ele assume o papel de vítima e o lider da oposição surge como carrasco.
Faz um PEC de surpresa, sem discutir nada com ninguém, com as medidas que já sabia antecipadamente que o PSD não iria aceitar e, numa afronta pessoal e directa à primeira figura do Estado, nem avisa o PR.
Agora, diz que está disposto a negociar, mas rasgou todos os compromissos que assumiu nos PEC anteriores e no Orçamento de Estado. Se queria negociar, devia ter pensado nisso antes, e todos nós sabemos o que ele pensou.
É um batoteiro que joga com as cartas viciadas. Como já aqui disse, ele dá, baralha e volta a dar. Não respeita um acordo e, como não tem credibilidade, com ele o mundo muda todos os dias.
Primeiro, afirmou na SIC que ia levar o PEC 4 à votação no parlamento e avisou que, se o documento fosse chumbado pelos partidos da oposição, não tinha condições para continuar. Depois, mudou de opinião, dizendo que o documento será debatido na AR mas que não será submetido à votação por iniciativa do governo, para evitar uma crise política.
Ora, ele sabe quais são as posições dos partidos sobre o PEC 4. Todos eles já afirmaram que chumbam o documento na AR e, se o governo não o levar a votos, a oposição tomará a iniciativa.
E é isso mesmo que ele quer. Ele já está a fazer a pré-campanha. Ele sabe que, se o governo cair neste momento, Portugal vai ter que pedir imediatamente ajuda externa e quem ficará com o ónus é a oposição.
Essa será a sua bandeira na campanha. Vai dizer que foi a oposição que provocou o pedido de ajuda externa. Entre a mentira e a chantagem, o que tornou inevitável o resgate de Portugal, foram os anos do seu desgoverno.
Como sabem, na minha, Portugal necessita urgentemente de ajuda externa. O que me faz confusão é a cobardia desta gente política, que não sabe admitir os seus erros, não sabe sair quando deve e está agarrado ao poder como unhas com carne.
Mas porquê? Porque são profissionais da política, sem ela, eles não são nada!
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