José Socrates mente sempre que fala, mente sempre que abre a boca. Pior, é que ele até já acredita no que diz, ou a sua enorme arrogância não lhe permite ver a verdade...
A crise das dívidas soberanas, como Socrates gosta de chamar ao aperto em que estamos, não é mais que uma crise de sobreendividamento. Alguns paises europeus, como Portugal, chegaram ao ponto em que não têm crescimento económico suficiente para pagar a dívida excessiva, soberana e privada, que foram acumulando.
Os governos centrais, as regiões e autonomias, as autarquias locais, a administração pública, o sector empresarial do Estado, o sistema financeiro, as empresas privadas e as famílias desses países, num cenário de juros reais negativos, endividaram-se de um modo totalmente irresponsável e, ao não assegurarem um crescimento económico sustentado através do melhor investimento que lhes permitisse criar riqueza, parece que se esqueceram que a dívida um dia teria que ser paga aos credores.
Falamos muito do défice, nesta situação de emergência financeira, mas a questão essencial, a curto e médio prazo, é como ultrapassar rapidamente a nossa fragilidade porque, enquanto outros crescem e recuperam as suas economias, Portugal parece condenado à pobreza e à recessão pelas políticas deste governo.
O primeiro-ministro, como sempre, baralha e torna a dar, esconde-se atrás das dificuldades enfrentadas por outros para cobrir os erros da sua gestão, esquece os anos perdidos de crescimento económico anémico, antes da crise das dívidas soberanas.
Negociou o orçamento com o PSD , decidiu medidas duras para aumentar a receita e conter a despesa pública, tudo com o objectivo de atingir a meta no défice de 4,6% a que Portugal está comprometido, na execução deste ano, com a Europa.
Na declaração ontem ao país, como há semanas atrás no Parlamento, Sócrates enaltece a execução orçamental, acima do esperado, e reafirma que tudo corre bem em S.Bento e no Terreiro do Paço. E, agora, são necessárias novas medidas em 2011?
O primeiro-ministro diz que são necessária mais medidas, mas não diz o que correu mal. Para mim, a verdade é aquela para que eu já tinha alertado logo na apresentação do orçamento. Estimou-se um crescimento económico para 2011 irreal e, com os novos números da Comissão Europeia e do BCE que estiveram em Lisboa em “missão técnica”, o governo viu-se obrigado a tomar medidas adicionais para tapar o buraco que ele próprio criou.
E nós, Portugueses que pagamos tudo isto, até quando teremos que sofrer na nossa pele os desmandos e a incompetência deste desgoverno?
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