Hoje temos a notícia que o nosso governo vai pedir aos parceiros europeus uma compensação devido à participação de Portugal no pacote de ajuda à Grécia.
Como membros da zona euro, aprovado o resgate, estávamos obrigados a ajudar os gregos mas, como também não temos dinheiro, tivémos que recorrer aos mercados e pagámos mais em juros do que o que cobrámos à Grécia no pacote de resgate.
Foi, sem dúvida, um mau negócio para nós, mas a que não podiamos fugir. É o resultado de estarmos num clube de ricos a fazer figura com o dinheiro dos outros. O resgate à Grécia, e os termos em que foi feito, resultou de uma decisão colectiva em que Portugal participou, como membro do euro, estando obrigado a assumir os encargos financeiros que lhe cabem.
Só falta o governo vir dizer que foi devido ao empréstimo de uns míseros milhões à Grécia que chegámos a esta situação de descalabro financeiro. Pior, vemos que um governo que reclama constantemente a solidariedade europeia é o primeiro a colocar os seus interesses acima de todos os outros.
E, agora, pedimos que nos devolvam o dinheiro? Isto é anedótico, mesmo triste. Demostra claramente o desnorte do nosso governo e o seu fraco sentido de Estado.
Além disso, é uma posição que pode virar-se contra nós. Nesta cimeira da zona euro vão ser discutidos o desagravamento da taxa de juro que está a ser cobrada à Grécia, considerada incomportável se queremos mesmo ajudar esse Estado, e ainda o alargamento do prazo do resgate.
Ora, se os gregos conseguirem renegociar o empréstimo com condições mais favoráveis, também nos podem beneficiar num futuro resgate. Talvez esse juro mais baixo venha a ser cobrado a nós próprios... Resumindo, só tiros nos pés!
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