Vamos esclarecer um ponto muito importante. O FMI não é um monstro, nem é nenhum papão. Já aqui tentei desmistificar esse ponto mas o primeiro-ministro tenta constantemente dramatizar, criando medo na população.
Então, o que vai acontecer se o FMI e o Fundo Europeu de Estabilização entrarem em Portugal? Definir, à partida, todas as medidas que nos serão impostas é muito complicado porque elas dependem do tamanho do buraco financeiro que temos em Portugal. Actualmente, não sabemos qual é a sua verdadeira dimensão.
Mas o seu objectivo será sempre reequilibrar as nossas contas e tornar o país mais competitivo para podermos ter um crescimento económico sustentado. Esse, aliás, devia ter sido o objectivo de todos os nossos governos nos últimos vinte anos.
O primeiro-ministro diz que, se o FMI entrar em Portugal, será pior para nós. E que as medidas a tomar, então, serão muito mais duras do que as que estamos a sofrer agora. Isso só pode ter duas leituras: ou não estamos a seguir todas as medidas que devíamos, e vamos continuar neste buraco, ou ele mente e, simplesmente, não quer cá o FMI pelos motivos que ele, melhor que ninguém, deve saber.
Apenas relembro que, no caso irlandês, quando o FMI entrou no país não foram impostas medidas adicionais às que o governo tinha definido. O governo de Dublin, face a uma crise brutal de liquidez no sistema financeiro que obrigou à sua intervenção para recapitalizar os bancos, já tinha um plano credível de recuperação e equilíbrio das suas contas. O FMI só emprestou o dinheiro.
Entre nós, não existe nenhum plano credível de recuperação. Face à emergência financeira, esqueceu-se completamente a economia. E, como no caso português nada é credível, vamos ter que pedir a ajuda externa. Simplesmente, porque os nossos governantes não sabem governar, não sabem assumir as suas responsabilidades, não sabem preparar planos de crescimento e não sabem como nos tirar deste buraco.
Vai custar muito a todos para sairmos desta crise profunda em que estamos afundados. Mas, temos que saber escolher e não há atalhos. Por isso, ou tomamos todas as medidas correctas agora, doa a quem doer, ou vamos continuar a ser um país pobre e periférico!
caro amigo,
ResponderEliminarPessoas minimamente informadas sabem que o FMI não é nenhum papão como o SR Sócrates o descreve. jA HA 5 MESES que referio a pessoas amigas que a entrada do FMI era o melhor para o país. Iriam , ou irão, impor medidas de austeridade ferozes, mas sabemos que dessas medidas virá um portugal mais equilibrado. No entanto, Portugal pode ter os melhor técnicos do mundo, mas com a actual mentalidade, seremos sempre a "cauda"...temos um problema de mentalidade. Contudo, FMI venha ele ( apesar de ja vir muito tarde)
O povo também tem a memória curta, em 1982 o FMI entrou em Portugal pela 1.ª vez e foi graças ao que foi feito que Portugal entrou na C.E.E. em 1986.
ResponderEliminarSe o FMI não tivesse entrado em Portugal, também não teríamos entrado no clube dos países desenvolvidos da europa
Tenho sérias dúvidas de que saibam do que estão a falar. Deve ser o único "iluminado" a convidar o FMI a instalar-se e a dispôr da carteira de todos nós. Basta atentar nos reflexos da intervenção na Grécia e na Irlanda. Devemos ser uma caso mais especial do que estes países para nos tornarmos imunes a 5 anos de impossibilidade de financiamento, com as consequências que daí advirão. Ah! Já agora...como se 75 Milhões de Euros resolvessem os nossos problemas durante esse tempo. Um blog muito apartidário, este...
ResponderEliminarBoas. Não tenho uma opinião bem formada em relação à entrada do FMI em Portugal, porque não sei quais as medidas e efeitos que advirão (acho que ninguém sabe, suposições não são certezas). Sei é que o FMI apenas sustenta e implementa medidas de austeridade. Ou seja, o que o governo tem dito estar a fazer. Nesse caso, e como foi dito, provavelmente o governo não terá aplicado as medidas necessárias ou terá provocado uma situação de crise política para se ilibar de qualquer acusação. Foi muito conveniente a demissão, dado o caminho irreversível que o país já tomou. Os partidos da oposição com desejo de mudança ou de poder, reprovaram o que pareciam ser medidas de desespero, mas que agora dizem ser necessárias. O FMI fará o quê? Aplicar medidas mais severas? Deixar como está porque estamos num bom caminho? Os hipotéticos 5 anos sem financiamento serão um mal necessário? Não sei. A questão é que algo precisa de ser feito, é preciso uma autoridade independente, infelizmente internacional que venha impor o que seja necessário para melhorar a situação. Não sei se o IVA deveria ser aumentado quando há empresas públicas sem qualquer independência que ainda são um encargo para o "dinheiro público" (em vias de extinção). Sejamos humildes e aceitemos que sozinhos não fomos capazes. Por falta de organização, seriedade? Caberá aos catedráticos tirar as conclusões. Seja como for, daqui a uns anos o que interessa deverá vir ao nosso encontro, a verdade.
ResponderEliminarMas será que ninguém percebe que a Alemanha e a França insistem no FMI para que possam continuar a exportar para cá a seu bel-prazer? A Merkel e o Sarkozy, que nem em casa deles mandam, querem vir mandar para cá?! Austeridade por austeridade, prefiro continuar com o rumo que estava a ser seguido, SEM ter que me endividar perante uma entidade estrangeira manietada por indivíduos muito poderosos, mas ocultos... (os senhores do mercado). Ah, claro! E sem perder a minha identidade nacional!
ResponderEliminarPorque é que não havemos de conseguir?! Lá está o discurso da "coitadinhice"! Só que é essa conduta que (continua) a não nos levar a lado nenhum! É mais "fácil" pedir a alguém que venha fazer o trabalho por nós...
Exº: Limões. Mas porque carga de água havemos de importar limões quando estamos carregados deles?! E alho português? Que é feito dele?! Comecem a comprar produtos nacionais e vão ver se não nos orientamos!
A história diz-me que os nossos politicos (minha opinião)não prestam ou são interesseiros, enchendo os bolsos a seu bel prazer (freeports, submarinos, derrapagens de TODAS as obras publicas, banca, ofshores, etc...quantos biliões?) sem que a justiça!!! faça alguma coisa e o resultado está à vista de todos. Em 37 anos de democracia ainda não aprendemos nada porque agora nas eleições o povo vai eleger os mesmos que nos têm andado a comer desde então, autoflagelação chama-se a isso.
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