Ouvimos na passada semana o discurso de tomada de posse do Presidente da República. Independentemente do quadrante político, quase todos nós concordámos com o que foi dito. Entre os críticos, alguns criticam pela forma, outros por vir tarde, havendo outros que co-responsabilizam Cavaco Silva pelo actual estado do país e ainda outros que criticam a sua “colagem” aos jovens. Para mim, este foi o discurso da verdade e é disso que Portugal precisa, agora, mais do que nunca.
Relativamente às críticas, estou à vontade, dado que nas últimas presidenciais não votei em Cavaco Silva. Mas eu penso que, em geral, são injustas.
Pela forma: não achei mal. Simplesmente não é habitual em Cavaco Silva e, ainda menos, num discurso de tomada de posse de um Presidente da República.
Discurso tardio: é verdade e, para mim, só demonstra que Cavaco Silva, por mais que não queira ser e afirme o contrário, é um político frio e calculista. No primeiro mandato, ele nunca fez um discurso tão ríspido, porque tinha medo de perder votos. Não vetou leis que agora crítica, porque tinha medo de perder votos. Não demitiu este governo e este primeiro-ministro, porque tinha medo de perder votos.
Mas, temos que ser justos, ele avisou. Recordo o seu discurso no fim do ano, em 2009, avisando que tempos difíceis viriam... e o governo a dizer que era um discurso pessimista, “bota abaixo”.
Co-responsabilidade: sei bem que os últimos anos do cavaquismo não foram fáceis, mas ninguém pode negar que foi nesse período que Portugal mais cresceu. Entre 1985 e 1995, nos governos de Cavaco Silva, abriram-se as portas para as pessoas poderem vencer na vida e terem novas oportunidades de sucesso. Algumas medidas, tomadas então, não resultaram ou não foram as mais correctas. Mas, com uma grande diferença do que agora acontece, essas medidas apenas não tiveram sucesso porque foram tomadas numa perspectiva estratégica errada ou porque tiveram uma execução que não correu bem. Hoje, as decisões estratégicas são tomadas com base nos interesses instalados, à volta dos “amigos”, e a pensar exclusivamente em ganhos pessoais para os que decidem quem faz o quê!
Colagem aos jovens: muitos dizem que Cavaco Silva, até agora, não fez nada para os jovens. Não é verdade. A geração de que falamos agora, mais bem formada, com mais qualificações, é a geração criada pela governação de Cavaco Silva. Antes era um sonho para muitos poderem estudar e irem para uma faculdade. Foi nos governos de Cavaco Silva que o ensino superior cresceu em todo o país, com novas escolas, mais vagas e mais cursos, em mais cidades, permitindo aos jovens portugueses, com maior potencial e ambição, esse sonho de um futuro com outros horizontes de realização pessoal e bem-estar material. E, só mais um exemplo, este mais recente, para recordar o apoio que o Presidente tem dado à valorização dos jovens, com a sua participação activa no “Star Tracker – Portal de Talentos Portugueses”.
Muitos podem não concordar comigo. Todos temos o direito a ter opiniões diferentes. Isso é normal. Mas, para mim, o fundamental é a verdade, ou seja, aquilo que realmente aconteceu e o que se passa agora, e isso não está sujeito a opinião.
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