segunda-feira, 28 de fevereiro de 2011

“Truques”

Li na semana passada um comentário bastante interessante sobre a troca de palavras entre Alexande Soares dos Santos e o primeiro-ministro José Socrates. Deixo aqui para vossa leitura:
Sócrates e a boa educação
José Luís Seixas
Alexandre Soares dos Santos, empresário que nunca dependeu do Estado nem se agachou perante os poderes instituídos, constatou a evidência de que Portugal está em recessão e considerou inadmissível o Governo não esclarecer com verdade os portugueses quando deles reclama tão severos sacrifícios.
Limitou-se, pois, a denunciar o facto e a verberar o seu escamoteio. O Primeiro-Ministro ripostou descabeladamente, apodando-o de ‘rico mal-educado’, ‘mal-educado rico’ ou coisa que o valha. Como se sabe, o conceito de ‘boa educação’ de Sócrates é superlativo, plasmado, aliás, em expressões e comportamentos que integram um interminável acervo de impertinências e jactâncias. Acresce que o Senhor Soares dos Santos alertou, unicamente, para a ‘mentira’. Ora, afirmar-se que este Primeiro-Ministro mente é uma banalidade.
No Parlamento, nos jornais, na rua. E o Senhor Soares dos Santos, que assegura milhares de empregos e que insufla na economia nacional competitividade e competência, terá tanta legitimidade como qualquer dos seus concidadãos para qualificar um governante como mentiroso se acaso o mesmo exibir uma incontrolável propensão para negar a evidência e faltar à verdade.
Com o respeito devido, julgo que o Senhor Soares dos Santos não tem razão. Acho que Sócrates já não mente. Pior. Sócrates acredita ser verdade a mentira que profere…!
Concordo com tudo que foi aqui dito, mas é também verdade que Soares dos Santos quando da pergunta de um jornalista, sobre se havia algum truque para o grupo Jerónimo Martins ter bons resultados, deu uma resposta um pouco assim “Nós (Jerónimo Martins) não temos truques. Truques é lá com o Socrates”.
Esta frase não caíu bem, especialmente quando se está numa conferência de imprensa para a apresentação de resultados. Acho que institucionalmente também não cai bem. Mas não é por isso que deixo de pensar que Soares dos Santos é uma referência como empresário e que eu respeito muito.
Este fim-de-semana estava a discutir a situação do país quando alguém me disse uma grande verdade. Para essa pessoa, o FMI/EU não entrou em Portugal, não porque economicamente seja pior para o país, dado que as taxas que pagamos no mercado já são mais caras que as do FMI/EU, mas sim por uma decisão politica do regime.
Seguindo a sua lógica, essa razão punha-o muito preocupado porque, se politicamente não havia interesse, devia haver muita coisa escondida nas nossas contas que não querem que ninguém veja...
Afinal, Soares dos Santos talvez tenha razão naquilo que disse...

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