Decidi perder algum tempo a fazer uma simples conta para calcular o meu saldo perante o Estado Português. Nessa conta, incluí todos os impostos e taxas que paguei ao longo dos anos, independentemente da sua natureza.
A esse somatório, deduzi todas as devoluções do Estado, subsídios, qualquer rendimento directo ou indirecto via Estado e qualquer apoio.
Ainda me dei a trabalho de calcular quantas vezes utilizei um centro de saúde ou um hospital público, considerei cada consulta ou exame efectuado a custos idênticos ao sector privado e incluí também o recurso da minha familia ao Serviço Nacional de Saúde, apesar de sempre ter pago as taxas moderadoras.
Somei as vezes que passei nas SCUTs e quanto teria pago com os valores que são agora cobrados aos utentes.
Bem, incluí tudo. Com todas as miudezas, é pior que um balanço de uma empresa!
Mas a conclusão que eu tiro é simples. Tenho claramente um saldo crédor perante o Estado. Ele recebeu muito mais de mim do que eu dele. Talvez isto justifique a minha indignação pelo que se está a passar, um sentimento que é ainda agravado pelo conhecimento que tenho da nossa verdadeira situação.
Sei que faço parte de uma minoria, mas.... e se passarmos para maioria?
Relativamente à consciência do meu saldo perante o Estado, acredito que seremos em breve uma maioria. Já no que toca ao conhecimento da realidade, isso vai depender muito da própria sociedade.
Agora, a questão é saber o que vai acontecer quando todos passarmos a maioria.
A maioria das pessoas já pensa que dá mais ao estado que aquilo que recebe, mesmo que não faça nada da vida, meu amigo.
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