Ricardo Salgado, Presidente do BES, disse ontem na apresentação dos resultados do Banco que a entrada do FMI em Portugal ia significar a fuga de capitais estrangeiros do nosso país. Mas essa fuga já vai acontecendo e vai continuar a acontecer com FMI ou sem FMI, todos nos sabemos e ele também sabe. Quem é que investe num pais à beira de um default?
Então porque é que Ricardo Salgado não quer o FMI em Portugal? Pois bem, como já alertei, um dos primeiros pontos que o FMI vai fazer quando entrar em Portugal é avaliar a saúde dos bancos nacionais. Rapidamente vai perceber que estão insolventes e que é necessário a injecção de mais capital. Mas os accionistas não vão ter capacidade para tal e será necessário uma intervenção/nacionalização por parte do Estado. E quem é que vai perder com isso? São os actuais accionistas, onde ou vão perder controlo sobre o banco parcialmente/totalmente, ou até podem ver nacionalizações onde os accionistas não vão ganhar nada sobre o valor das suas acções.
No caso do Grupo Espírito Santo ainda pode ser pior, dado o conhecido “elo” muito forte entre os negócios do Estado e do grupo Espírito Santo. Há quem chame o Grupo Espírito Santo o “broker” (corrector) de Portugal, dado estar em todas as áreas de negócios e com ligações muitos fortes com o Estado Português. Com a entrada o FMI muitos dos interesses instalados vão ser “varridos”, passando a existir uma verdadeira concorrência no mercado Estatal.
É caso para dizer, quem não quer o FMI em Portugal, é porque sabe que não vai lucrar com isso.
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