Ainda se lembram, logo no ínicio de Outubro do ano passado, quando falei da Irlanda? Foi um dos meus primeiros comentários e disse aqui que ela serviria de benchmark para o que aí vinha.
Expliquei a realidade da situação irlandesa e como as medidas que tinham sido tomadas pelo governo se revelaram insuficientes para evitar a intervenção do FMI/EU no país. Ficou demonstrado que, quem tenta resolver os seus problemas financeiros de uma forma directa e transparente, percebe que não o consegue fazer sozinho. Acaba por ter mesmo que pedir ajuda externa.
Em Portugal e Espanha, muitos não perceberam a lição irlandesa. Para esses, o melhor é esconder a verdadeira dimensão do problema, varrer tudo para debaixo do tapete para ninguém ver. Mas o buraco está lá e, mais tarde ou mais cedo, também os países ibéricos vão necessitar de ajuda.
O caso Irlandês ainda não acabou. Para mim, é o “leading indicator” do que vamos ver na evolução desta crise.
Recordo, para quem esteja menos atento, que o governo irlandês foi obrigado a demitir-se e as eleições para o novo parlamento foram marcadas para o mês de Março. A oposição actual que deve formar o próximo governo já afirmou a necessidade de rever os termos do acordo com o FMI/EU. Perante este novo cenário em Dublin, quais serão as consequências? O que é que irão renegociar? Será que o FMI/EU estarão de acordo? Será que a Alemanha vai permitir?
Por enquanto, estas são perguntas sem resposta, mas em que todas as respostas são importantes.
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