Como vimos, especialmente nestas duas semanas, para os mercados a reestruturação é uma solução penosa e difícil. Os investidores estão nervosos, sabem que vão perder dinheiro, mas sabem também que, mesmo com receio das consequências que isso terá para eles, não há outra solução para resolver a crise das dívidas soberanas europeias.
Os políticos nem querem ouvir falar de reestruturação de dívidas soberanas, para eles existem sempre outras soluções. Essas soluções apenas compram tempo, a um preço cada vez mais caro, e adiam um problema que se vai agravando à medida que a confiança dos investidores vai diminuindo.
No final do dia, estamos a falar de economia e de dinheiro. Ter ou não ter dinheiro, ter ou não ter capacidade de pagar os créditos, os juros. É apenas isso. E será que a política conseguirá “transformar” uma argumentação rígida em dinheiro…?
As economias europeias mais fracas, cada vez mais endividadas e em ambiente recessivo, com quebras brutais no investimento público e privado, ameaçadas por fracturas sociais que podem revelar-se muito graves, alguma vez irão gerar riqueza, suficiente e sustentada, para pagar as suas dívidas nos montantes e nos prazos acordados com os credores?
Os mercados não acreditam. Os políticos dizem que sim. Quem terá razão…?
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