Almunia esteve em Portugal para falar com o governo e participar numa conferência. Abordou o nosso grande problema, a competitividade, dizendo mesmo que não era com cortes salariais que nos tornaríamos mais competitivos. Eu concordo com ele.
Então, onde está a nossa perda de competitividade? Existem imensos factores que poderia explorar aqui mas vamos antes falar do principal culpado, ou seja, o peso excessivo do Estado na nossa economia.
Todos falam dos preços dos produtos em Portugal versus Espanha e os restantes países da Europa. Claramente, produzir em Portugal sai mais caro que produzir noutros países em termos relativos. Mas porquê?
Em primeiro lugar, pelo peso do Estado através dos impostos e ainda de toda a burocracia que as empresas têm que suportar. Ora, isso implica custos que as empresas reflectem no preço ao intermediário ou no consumidor final.
A seguir, são as empresas “monopólio” que existem em Portugal e cujos bens ou serviços todos nós, empresas e particulares, somos obrigados a pagar bem mais caro que o resto da Europa. São empresas que sugam a economia, sugam o Estado!
Por último, a falta de incentivos por parte do Estado a uma saudável e livre concorrência. Não apenas na perspectiva de mercado, entre empresas fornecedoras e consumidoras de bens e serviços que concorrem em preço, inovação e qualidade, mas também na gestão do próprio Estado.
Sem concorrência, temos o mercado distorcido pela corrupção, as cunhas e os favores e não existe uma economia saudável com ganhos de eficiência e uma autêntica cadeia de valor nos diversos sectores. Logo não existe uma economia livre e aberta.
Podemos cortar nos salários e, no fim do dia, não ficar mais competitivos. Mas também não seremos competitivos com salários elevados a que não correspondem aumentos de eficiência e produtividade.
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