Afinal, o que é o “povo”?
A resposta a esta pergunta depende muito da perspectiva de cada um. Entra a classe social, o percurso de vida e a forma como se olha a sociedade. A expressão “povo” tem também uma conotação positiva ou negativa consoante quem avalia. Para uns, é um orgulho fazer parte dessa tribo e para outros, isso é coisa de gente reles.
Para os nossos políticos, em tempo de eleições, o “povo” é o mais importante. Andam todos à tareia para ter o apoio do “povo”. Agora, até fizeram uns trocadilhos entre o “povo” e o “polvo”. Coitado do animal, entre o oceano e o petisco, viu-se metido nesta embrulhada.
Porquê este desejo de ter o apoio do “povo”? Talvez porque ele represente uma larga maioria de população e com o seu apoio a vitória é garantida. Para além disso, conquistar o seu voto é simples: comes e bebes à borla, dar musiquinha nos comícios e, acima de tudo, dizer ao “povo” o que ele quer ouvir, ou seja, as mentiras do costume e nada de más noticias porque dizer a verdade ao “povo” é mais que meio caminho andado para perder qualquer eleição.
Pois bem, a verdade é que a cultura política e eleitoral do “povo” é muito pequena, como já aqui foi dito. Facilmente são enganados, facilmente acreditam em tudo. E no final do dia pagam a factura, mas não mudam, não pensam e, acima de tudo, não entendem.
Falta às pessoas terem mais espírito crítico, pensarem por elas próprias, fazerem elas as suas avaliações das situações e tirarem elas próprias as suas conclusões. É ouvir mas não “engolir” tudo o que as televisões, os jornais, as rádios e os políticos dizem.
Por esta falta de cultura, acabamos todos no mesmo barco. O barco da mentira e da governação incompetente, com a negação dos factos, a fuga da realidade e a destruição da democracia.
Para mim, este “povo” é o verdadeiro “polvo” que está a levar Portugal para o fundo.