Esse ponto foi sempre a discórdia entre a Comissão Europeia, FMI e BCE . Aliás Trichet foi sempre muito crítico sobre uma eventual “soft restructuring” da dívida grega porque isso iria sempre significar um default para os mercados.
Para o BCE a solução não poderá passar por nada que implica um default, mesmo que seja técnico. Não é desejado de modo algum um evento provoque um trigger nos Credit Default Swaps.
Mas aparentemente já parece haver fumo branco. A solução que se encontra neste momento em cima da mesa e que já merceu aprovação do BCE é o roll-over da actual dívida grega.
Isto é, os actuais investidores vão ser incentivados a extender os prazos por mais tempo. Ser-lhes-ão oferecidos incentivos, juros maiores, colaterais, etc para manter a dívida em carteira. Dessa forma, os credores (mercado) continuarão a financiar a Grécia e os outros membros do euro só irão financiar a parte em que os investidores privados não terão interesse em acompanhar a operação.
Se é considerado um default, é apenas uma questão técnica. Já se nota algumas divergências de opiniões entre as agências de rating. A questão prende-se na volutariadade da operação por parte dos credores.
Hoje, segundo a Moody´s, neste caso não existe voluntaridade para os investidores, dado que não existe outra solução. Para eles o roll-over da dívida será considerado um default.
E isto é uma solução? É uma solução para os actuais credores que continuam com a certeza que vão receber o seu dinheiro de volta. É uma solução de curto prazo.
Mas será uma solução para a Grécia? Irá manter ou agravar ainda mais o montante em dívida. Irá pagar um juro mais alto...
Por isso, esta solução não será mais que cavar ainda mais o buraco onde os gregos se meteram, à custa dos seus credores. Só falta saber quem é que vai pagar tudo isto no final do dia...
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