A princípio pensei comentar hoje as medidas apresentadas pela OCDE, mas depois de ler todo o relatório acho que é mesmo inútil. O texto não passa de um visto de autorização de aumento de impostos, que com pompa e circunstância o governo apresentou o “seu” relatório. Concordo plenamente com que o José Silva Lopes disse em relação a esta matéria: “O relatório da OCDE não pode ser pessimista, até porque foi negociado com o Governo”. Tenho pena que a OCDE, organização pela qual tenho um enorme respeito, não tenha sido credível e apresentasse o verdadeiro relatório sobre Portugal.
Independente disso, discordo totalmente com o facto de se dizer que só será possível fazer a consolidação orçamental com aumento dos impostos. Portugal, comparativamente com a Irlanda e Espanha, é o país que tem mais peso do “Estado” nas suas contas. E isso é que nos levou à situação que temos hoje. A Irlanda e a Espanha tiveram um gigante “rebentar” da bolha especulativa do imobiliário, tal como nós mas em menor escala, que acabou por gerar graves perdas no sector bancário que afectaram muito a economia. A Irlanda tem uma situação que é ainda mais grave, apesar das medidas muito duras aplicadas, o governo optou também por uma “limpeza” das contas dos bancos, o que reflectiu num assumir de perdas astronómicas, coisa que outros países como o nosso ainda não fizeram…
Bem, na realidade o aumento dos impostos só vai tornar a nossa economia ainda menos competitiva! Vamos exportar menos e gerar menos receitas internas. Será que não chegámos ao ponto de indiferença no “preço” dos impostos?
Em conclusão, o aumento de impostos independentemente da sua espécie não vai trazer nada mais que permitir ao governo adiar os cortes na despesa. Isso foi que se passou com o PEC II, onde o governo pensou que com o aumento das receitas não iria ter que cortar na despesa – Wrong!
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