quinta-feira, 30 de setembro de 2010

As Nacionalizações vão continuar em 2011


Ontem, após a apresentação dos traços gerais do novo orçamento, ficou claro que as nacionalizações vão continuar. Vão ser cada vez mais as empresas e pessoas que vão trabalhar para pagar os impostos. Vamos continuar a assistir a nacionalização da economia por via dos impostos!

Independentemente das medidas tomadas a minha convicção mantém-se: o FMI terá que intervir no nosso país mais cedo ou mais tarde. E quando jornalistas e comentadores dizem que as medidas são de FMI, é porque não sabem bem o que lhes espera.

Na situação em que Portugal está, uma das medidas que o FMI iria tomar seria aplicar um hair-cut na nossa dívida ou negociar uma reestruturação com os credores. Dado que estamos na zona euro e ninguém quer ouvir falar de default porque “implica” a saída do país do Euro, as medidas vão ter que ser bem mais duras para compensar esse esforço, que com um default seria bem mais simples, mas obviamente com outros custos. Não sei se referiria esses custos, ou mesmo, será que isso é inevitável? Sinceramente acho que neste ponto já é inevitável.

quarta-feira, 29 de setembro de 2010

Organização para a Cooperação da Desgraça Europeia

A princípio pensei comentar hoje as medidas apresentadas pela OCDE, mas depois de ler todo o relatório acho que é mesmo inútil. O texto não passa de um visto de autorização de aumento de impostos, que com pompa e circunstância o governo apresentou o “seu” relatório. Concordo plenamente com que o José Silva Lopes disse em relação a esta matéria: “O relatório da OCDE não pode ser pessimista, até porque foi negociado com o Governo”. Tenho pena que a OCDE, organização pela qual tenho um enorme respeito, não tenha sido credível e apresentasse o verdadeiro relatório sobre Portugal.

Independente disso, discordo totalmente com o facto de se dizer que só será possível fazer a consolidação orçamental com aumento dos impostos. Portugal, comparativamente com a Irlanda e Espanha, é o país que tem mais peso do “Estado” nas suas contas. E isso é que nos levou à situação que temos hoje. A Irlanda e a Espanha tiveram um gigante “rebentar” da bolha especulativa do imobiliário, tal como nós mas em menor escala, que acabou por gerar graves perdas no sector bancário que afectaram muito a economia. A Irlanda tem uma situação que é ainda mais grave, apesar das medidas muito duras aplicadas, o governo optou também por uma “limpeza” das contas dos bancos, o que reflectiu num assumir de perdas astronómicas, coisa que outros países como o nosso ainda não fizeram…

Bem, na realidade o aumento dos impostos só vai tornar a nossa economia ainda menos competitiva! Vamos exportar menos e gerar menos receitas internas. Será que não chegámos ao ponto de indiferença no “preço” dos impostos?

Em conclusão, o aumento de impostos independentemente da sua espécie não vai trazer nada mais que permitir ao governo adiar os cortes na despesa. Isso foi que se passou com o PEC II, onde o governo pensou que com o aumento das receitas não iria ter que cortar na despesa – Wrong!

terça-feira, 28 de setembro de 2010

Estranho?

O título do blog pode parecer estranho, para quem vem fazer a primeira visita pensa ser um engano ou um pedaço de história. Mas não, realisticamente o objectivo é inverso, construir uma história tendo como visão o futuro, que parece longe mas que (para mim) está ali ao virar da esquina.

Tentarei passar a minha visão da história, tendo como base o meu conhecimento, com o meu dia-a-dia, com o sentimento dos outros e com o raciocínio dos mercados.

Mas tenham sempre em mente, isto não é uma brincadeira, é sim um relógio com o tempo contado tendo apenas um incógnita – o seu tempo final.